Exemplo
O esporte da mente e da solidariedade
Pelotense jogador de poker utiliza parte do lucro ganho em torneios para reformar a ala pediátrica do Pronto-Socorro de Pelotas
Na iminência de ser regulamentado como esporte no país, o poker oferece um bom exemplo na cidade de Pelotas.
Autônomo do ramo da limpeza e impermeabilização, o pelotense Júlio Moura tem o poker como hobby. E um hobby que lhe rendeu bons frutos apesar do pouco tempo de prática - cerca de dois anos. Mas o principal ponto desta história é que ele não celebra as vitórias sozinho. Júlio costuma realizar doações para instituições, tanto da Região Sul como também de outros lugares, como São Paulo e Rivera, no Uruguai. São fraldas, produtos de limpeza e outros materiais que podem ajudar as pessoas a terem uma melhor condição de vida.
Na cidade natal, Júlio foi além. Em janeiro, ao visitar o filho de um amigo na ala pediátrica do Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), ele percebeu que o local não oferecia as condições ideais aos pacientes, principalmente devido à umidade que castiga as paredes. "Conversei com a diretora, Micheli [Pedra, diretora administrativa do PSP], e ela me disse que o sonho dela era reformar a pediatria. Felizmente estou ajudando a tornar esse sonho realidade", conta, sem disfarçar a alegria.
As obras começaram em seguida e já foram finalizadas. Foram trocadas peças de cerâmica, colocadas lajotas, feita a pintura e a ala pediátrica ganhou um novo visual. O pelotense também incentiva os colegas de esporte a realizarem doações. Em janeiro, pelos menos três jogadores venceram torneios no interior do Estado e entregaram pacotes de fralda e utensílios de limpeza ao Pronto-Socorro.
No último Brazilian Series Of Poker (BSOP), Júlio ficou com o vice-campeonato no torneio Turbo Bounty. A verba levantada deve ajudar na reforma da sala das cadeiras e do alojamento dos funcionários. As conquistas deixam o jogador orgulhoso. "É o sonho de qualquer jogador de poker e o caneco vem pra Pelotas, mas o meu melhor troféu é poder ajudar as pessoas carentes. Eu fico muito feliz e ainda acredito que podemos viver em um mundo melhor", garante, emocionado.
Para Micheli Pedra, a solidariedade de Júlio foi "um gesto de carinho". "Quando ele falou sobre a doação, logo pensei nas crianças. Além das lajotas e da tinta, ele também doou a mão de obra. Uma atitude que pode sensibilizar outras pessoas", diz.
Júlio retornou para o Rio Grande do Sul na companhia de sua nova taça. E ela volta no banco do carro, na carona, com cinto de segurança e tudo. "Tem que cuidar", brinca. E assim, cuidando dos troféus e das pessoas, Júlio segue trabalhando como autônomo e tendo o poker como hobby. Mas um hobby que vem tornando a vida de muitos um pouco mais feliz através da solidariedade.
Quer ajudar?
Além de Júlio, outros tantos anônimos realizam doações com frequência para a instituição. As principais necessidades são fraldas geriátricas adultas, fraldas infantis, toalhas brancas, cadeiras de rodas e materiais de higiene, como papel higiênico rolão e toalhas de papel.
Micheli revela que o Pronto-Socorro enfrenta bastante dificuldade para oferecer boas condições a todos os pacientes. O custo é alto e a verba recebida é fixa. "Todas as doações para nós são bem-vindas. Atendemos a todos e precisamos, sim, de ajuda. Esses gestos não são para nós, mas sim para a comunidade", diz a diretora.
Quem tiver interesse em ajudar o PSP pode entrar em contato pelo telefone (53) 2128-8574 ou pelo e-mail [email protected]. As assistentes sociais também estão disponíveis para atender a população 24 horas por dia, de segunda-feira a domingo.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário